Pouca gente presta atenção, mas o perigo pode estar nos ralos das piscinas. Tragédias como a de Flavia Souza Belo, em coma há quase dez anos, chamam a atenção para o risco desse tipo de acidente.Até os 11 anos, Flavia era uma criança saudável. Com o irmão de 14 anos, foi nadar na piscina do prédio em que morava, num condomínio em Moema, São Paulo.Os cabelos da menina foram sugados pelo ralo da piscina e ela ficou presa. O irmão a socorreu e conseguiu tirá-la com vida. Mas a menina sofreu lesões cerebrais graves e vive em coma desde o acidente.Em janeiro deste ano, a mãe dela, Odele Souza, criou o blog flaviavivendoemcoma.blogspot.com.
Os objetivos são alertar sobre o perigo pouco conhecido e protestar contra a morosidade da Justiça.No caso de Flavia, perícias constataram que o ralo instalado era superdimensionado para o tamanho da piscina. Odele processa o condomínio e a empresa fabricante do equipamento, mas até hoje não conseguiu uma indenização que garanta recursos suficientes para os cuidados especiais com a filha, hoje com 19 anos.
Odele também usa o blog para narrar outros acidentes semelhantes, todos trágicos. Já recebeu informações sobre mais de 20 casos semelhantes ao da filha. Um deles aconteceu em Promissão (134 km de Bauru), em fevereiro do ano passado. Yago Pires, 11, nadava num clube da cidade e ficou preso durante 15 minutos no ralo de saída da água.
A bomba de filtragem estaria ligada, o que provocou a sucção.Freqüentadores da piscina socorreram Yago, mas já era tarde quando o retiraram. Ele recebeu atendimento médico, mas morreu.Segundo o Corpo de Bombeiros de Bauru, é obrigatória a presença dos salva-vidas nas piscinas públicas (de clubes, parques aquáticos, entre outras). Mas, para os condomínios, não existe essa regra.Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, ralos com grande poder de sucção devem ter uma grade de proteção parafusada. Mesmo assim, a dica de segurança é nunca deixar as crianças sozinhas na piscina.
Fonte: Bom Dia bauru